A pele que habito

A pele que habito

sábado, 13 de setembro de 2008

Proust

“Em certa idade, quer pela astúcia quer por amor próprio, as coisas que mais desejamos são as que fingimos não desejar.”

( Marcel Proust )

Pelo visto a autopreservação é um clássico da guerrilha amorosa! Aliás, sou ótima nisso, inventei esse jogo...rs...

Em tempos de fast food, valorizar-se virou a única estratégia possível para quem ainda acredita em amor verdadeiro, ou para quem deseja apenas atormentar pobres almas indefesas. Na real, toda mocinha (e acredite se quiser, mocinho também) perspicaz sabe que se o coração já foi, a mente precisa segurar o corpo um pouquinho, sob pena de virar o Big Mc da semana...E, se a idéia é só a de conquistar o tal Big Mc que pensa que é caviar, basta doses homeopáticas de rejeição para aquecer até o mais congelado prato principal .

Daí, o que se observa é aquele jogo do esnoba-esnoba, e tem gente que perde a mão e esnoba tanto que o objeto de desejo acaba mesmo é estragando.

Neuroses à parte, fico lembrando dos momentos em que a gente só quer encontrar um lar dentro de um abraço, um eco no peito de outra pessoa, um pouquinho de compreensão absoluta, de aceitação plena, um lugar de paz...Será que em algum lugar o amor continua sendo o melhor afrodisíaco?

Agora, seja pra conquistar, seja apenas pra se proteger dos heartbrokers de plantão, a verdade é que desdenhar o que se deseja virou até ditado popular. ..Amor, rejeição, paixão, dor, prazer, ciúme...Cenas comuns em nossas pequenas tragédias particulares!

Encerro essa curtíssima e meio desiludida reflexão com o pedacinho de uma música popular
"...quero a sorte de um amor tranqüilo, com gosto de fruta mordida..."