A pele que habito

A pele que habito

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Sobre a rainha e o acaso...

Essa semana eu assisti a dois filmes que inesperadamente mexeram muito comigo, talvez porque eu esteja mais consciente do meu papel no mundo e como ambos trazem à tona a crise de valores de nossos dias de forma muito clara e honesta, foi inevitável me identificar com algumas coisas.

O primeiro foi no cinema, estava com minha prima e depois de assistir o “Tropa de Elite 2” (e viva o Coronel Nascimento...rs..), precisávamos de uma coisinha mais light pra voltar para casa e conseguir dormir, então entramos para ver “Juntos por acaso”. Tinha tudo para ser mais uma comédia romântica daquelas que a gente vê tomando sorvete, não fosse pelo fato de ser muito atual e trazer para a tela conflitos muito comuns nos dias de hoje, difícil mesmo não se identificar... Dois solteirões charmosos, ela: uma garota bonita e atraente, elegante e inteligente, centrada na vida, responsável e bem-sucedida, um pouco desiludida, mas ainda sonhando em encontrar um cara maduro e a fim de construir uma família. Ele: um bonitão “boa-gente”, embora imaturo e egoísta, tentando prorrogar a juventude até os 60, conhecendo uma mulher por noite e evitando qualquer responsabilidade que não seja seu próprio bem-estar. Ambos são apresentados pelos 2 melhores amigos e as diferenças inconciliáveis são óbvias desde o primeiro encontro, porém são pegos de surpresa pela vida tendo que criar a filhinha do casal de amigos e nessa missão acabam aprendendo muito sobre si mesmos, sobre o que realmente desejavam da vida, sobre a complexidade das relações com outras pessoas, sobre ser adulto, sobre ter um sentido na vida, sobre VALORES, HONRA, DIGNIDADE, ALTRUÍSMO, AMIZADE E AMOR.

O segundo filme foi na TV, “A Rainha” nos conta sobre a família real inglesa durante a semana da morte da princesa Diana. Confesso que nunca tinha pensado muito nesse assunto e só decidi assistir ao filme por pura insônia, dor de cabeça demais pra ler e falta de opções melhores no cardápio televisivo, também porque o desempenho da atriz principal havia sido muito elogiado e fiquei curiosa. Bom, me surpreendi com minha própria reação ao filme, passei a ser fã da Rainha Elizabeth, compreendi muito melhor minha própria noção de dever e responsabilidade e parei de me achar estranha por acreditar que na vida precisamos levar em consideração o efeito de nossas atitudes na vida das outras pessoas. Incrível como o silêncio realmente é um comportamento e não a ausência de! Isso fica muito óbvio em todo o filme, pois ao optar pela preservação de sua família e pelo direito de guardar seus sentimentos para si, e achando que com isso se mantinha digna perante a fleuma inglesa, Elizabeth quase derruba a sua monarquia milenar diante de uma nação inteira histérica e totalmente equivocada pela famosa imprensa britânica escrota e manipuladora.

Muito bonita a cena em que o primeiro ministro Tony Blair defende a postura da rainha perante seus próprios funcionários se recusando a aproveitar o momento de fragilidade dela em proveito próprio. Gosto particularmente do fato dela acreditar ter um dever diante de Deus e de seu povo. Se todos nós tivéssemos essa fé de que não nascemos aqui por acaso e de que todos nós temos um dever diante de Deus e das pessoas que nos rodeiam, mesmo que essas pessoas sejam apenas nossa família plebéia (...rs...) o mundo seria um lugar melhor! Posso ser taxada de ingênua, conservadora, tradicionalista, ritualística, ou o que for...E devo ser mesmo tudo isso! Mas prefiro viver acreditando em coisas como VALORES, HONRA, DIGNIDADE, ALTRUÍSMO, AMIZADE E AMOR do que passar uma vida inteira correndo atrás do vento, num vazio existencial, fazendo piada de coisas sérias e muitas vezes até impedindo outras pessoas de crescerem em si mesmas por ser má influência sobre elas.

Talvez se tivéssemos uma rainha Elizabeth aqui, por mais estranhos e esnobes que nos pareçam os hábitos da realeza, não precisaríamos ficar discutindo imbecilidades em nossas campanhas eleitorais. E que me desculpe o Príncipe Charles, se ele tivesse metade da dignidade e da força de sua mãe, não teria destruído a vida de Diana traindo seu casamento tão descaradamente com a mulher mais deselegante da Terra e ambos poderiam ter feito um belo trabalho pelo mundo! Mas parece que nem a realeza escapa do egoísmo e das inconseqüências de uma braguilha que não fecha...rs..

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

C. G. Jung

Ser 'normal' é o ideal dos que não têm êxito, de todos os que se encontram abaixo do nível geral de adaptação



Quando pensamos, fazêmo-lo com o fim de julgar ou chegar a uma conclusão; quando sentimos, é para atribuir um valor pessoal a qualquer coisa que fazemos



O ego é dotado de um poder, de uma força criativa, conquista tardia da humanidade, a que chamamos vontade



Os sonhos são as manifestações não falsificadas da actividade criativa inconsciente



Uns sapatos que ficam bem numa pessoa são pequenos para uma outra; não existe uma receita para a vida que sirva para todos



Quem olha para fora, sonha. Quem olha para dentro, desperta



Tudo o que nos irrita nos outros pode levar-nos a um entendimento de nós mesmos



Onde o amor impera, não há desejo de poder; e onde o poder prevalece, há falta de amor. Um é a sombra do outro.


Erros são no final das contas, fundamentos da verdade.


O encontro de duas personalidades assemelha-se ao contato de duas substâncias químicas: se alguma reação ocorre, ambos sofrem uma transformação.



Os indivíduos não chegam a uma total autocompreensão enquanto não aceitam seus sentimentos religiosos.


Toda forma de vício é ruim, não importa que seja droga, álcool ou idealismo.



Tudo depende de como olhamos para as coisas, e não de como elas são em si mesmas.



O homem não passa de uma gota d´água... Mas uma gota muito presunçosa.



Eu não tenho necessidade de acreditar em Deus. Eu o conheço!



Enquanto não se atinge o extremo, nada resulta em contrário.


Todos nós nascemos originais e morremos cópias.


O pecado capital da fé reside no fato de preceder a vivência.


A sensação, para ser pura e viva, não deve trazer consigo nenhum julgamento, nem ser influenciada ou dirigida, ela deve ser irracional.