A pele que habito

A pele que habito

segunda-feira, 25 de setembro de 2017

Santander, Cura Gay, Facebook e o Cachorro Paralítico



“No amor não há medo antes o perfeito
amor lança fora o medo; porque o medo envolve castigo;
e quem tem medo não está aperfeiçoado no amor.”
I João 4.18


                Todos os dias, sem exceção, quando volto do trabalho (caminhando, como sempre sonhei), em determinada esquina, cruzo com um cachorro paralítico. Deitado na calçada, provavelmente colocado ali por seu cuidador, talvez para tomar sol, o cão se contorce e late sem parar, latido desesperado e indiferenciado, latido de agonia, resposta de medo.

                Foi só depois de vários encontros que consegui conjecturar a razão do latido histérico. Paralisado, o cão não consegue se mover e nem ter uma visão completa daquilo que o contorna. Parado e indefeso, numa esquina de rua movimentada, recebe um sem número de estímulos ambientais: pessoas passando, carros e buzinas frequentes, gritos de crianças brincando e o metrô que passa a cada 3 minutos, praticamente ao seu lado. Uma vez que a maioria dessas coisas é apenas ouvida e sentida, não vista ou compreendida, já que o cão não consegue se virar para identificar a fonte dos ruídos, ele late para tudo, na tentativa frágil de se proteger de algum ataque real. Para o espectador voluntário é um quadro de agonia. Independente da boa intenção de quem o coloca ali - e de boas intenções, o inferno está cheio - esse período na calçada, para aquele cachorro paralítico, é uma condenação diária ao pavor.

                Estar nas redes sociais, especialmente no Facebook, é ser um cachorro paralítico colocado na calçada. Nossa paralisia pode ser preguiça ou, simplesmente, o medo. Latimos para tudo, com intensa violência, exatamente por não saber, de fato e de verdade, o que nos ameaça. No universo das redes sociais, latir é sobreviver. No Facebook, latir é existir. Se você não late, desaparece. Se você não late, não tem ‘amigos’. Na realidade você está mais sozinho, abusado e indefeso do que nunca, mesmo que a ‘intenção’ seja boa.

                Lembro até hoje como começou minha ‘vida’ de rede social. Convidada por uma amiga que hoje nem sei que fim levou, fui pega na armadilha da curiosidade neurótica pela vida alheia (quem nunca?) e quase enlouqueci de tristeza ao assistir de camarote o ‘namoro’ de um cara de quem eu gostava muito com uma piriguete F3 (fútil, fake e fácil - categoria favorita do homem pós-moderno). Lembro que na época só uma coisa fez sentido para mim: Se esse é o tipo de mulher que esse cara gosta, faz todo sentido que eu perca o páreo. Aliás, provavelmente, nunca entrei na corrida..kkkk...

                Voltando às redes: Manipulação? Sempre. As redes sociais viraram um meio fácil de controle de sentimento, de pensamento, de formação (ou seria melhor de-formação?) ideológica e de promoção de medos.  Após superar a neurose inicial, me vi cativa de discussões as mais variadas - religiosas, políticas, existenciais - nenhuma produtiva e todas geradoras de agressões verbais, de medos.
              
                Ao expor sua vida, suas crenças e suas ideias de forma pública e nominal, vc vai sendo ‘categorizado’ e a partir deste rótulo, vai sendo julgado, excluído, incluído e transformado em presa fácil (consumidor?) deste ou daquele ‘formador de opinião’. No geral, lembra muito a mesa julgadora do segundo episódio de Black Mirror, onde para se livrar das pedaladas eternas, vc luta para entrar para este ou para aquele canal e, no fim, o que parece um caminho de libertação é o grand finale do seu processo de paralisia (objetificação).
              
              Nas redes, todas as principais áreas da vida humana são trabalhadas de forma a ‘prender’ suas vítimas: sexo, dinheiro, política, religião e, principalmente, os afetos. Quanto ‘bem’ faz para a autoestima um curtir ou um coração na nossa nova foto de perfil??? O nome ‘rede’ é adequadíssimo! Uma vez enredado, muito difícil de sair. Fantasias de uma vida de ostracismo e alienação perseguem todo facebuquiano insatisfeito: se eu sair, perderei meus ‘amigos’, perderei as ‘notícias’, terei que ocupar meu tempo com algo útil de fato, não serei mais visto, serei esquecido. Fica a pergunta: Das pessoas com quem vc interage de alguma forma nas redes, quantas DE FATO estão na sua vida?

                As redes dispõem de gurus para todos os tipos de gente: esquerdistas, direitistas, centristas, crentes, ateus, bruxos, gays, heteros, machistas, feministas, anarquistas, niilistas, cultos, incultos, católicos e protestantes... Substitutas das igrejas e dos partidos, têm colocado gente a brigar nas telinhas e nas ruas com mais rapidez e facilidade do que qualquer causa legítima já foi capaz algum dia.

                Semana passado foi a vez da celeuma da exposição ‘Queer’ no Santander de Porto Alegre. Poucas pessoas de fato se deram ao trabalho de pesquisar a forma e origem das obras questionadas. Para os da ala progressista, bastou a sigla LGBT para legitimar a exposição, para os conservadores bastou a sigla LGBT para legitimar a proibição. A desculpa fácil e o ‘bom mocismo’ frouxo dos defensores da ‘pseudo-liberdade de expressão’ já não convencem mais porque transformaram o tema numa desculpa para mau caráter e falta de educação e com isso o comprometeram, abrindo espaço para novos totalitarismos.

                 A verdade sobre a exposição do Santander? Qualquer gay ou lésbica, que não seja um pervertido e que tenha o mínimo de bom senso (e existem pervertidos e gente sem noção tanto entre homossexuais quanto entre heterossexuais) que der uma boa olhada em algumas daquelas obras, vai ser o primeiro a querer proibir qualquer ligação entre a exposição e sua orientação sexual. Só que bom senso não gera público. Bom senso não converte discípulos. Bom senso não garante consumidores. Bom senso está fora de moda. Bom sendo não cria rótulos. Bom sendo não dá tesão.

                Essa semana foi a vez da ‘Cura Gay’. Pataquada criada, segundo a mídia, por discípulos do Silas Malafaya, que estaria construindo centros de “reorientação sexual” e pretende conseguir verba governamental para a manutenção dessas ‘clínicas’. Não sei se isso é verdade. Só sei que não confio em líderes religiosos milionários. Para mim os protestantes estão sendo constrangidos por essa gente dia após dia. Aquilo que nos ensinaram como a causa da Reforma (a simonia da Igreja Católica com a venda de indulgências e etc...) acaba virando piada sem graça diante de um Templo de Salomão da vida. É nojento, ou em inglês, disgusting...Acho perfeita essa palavra para seu significado!

                O fato é que bastou uma notícia enviesada e os ‘exércitos’ das redes se puseram em marcha. A ignorância generalizada de ambos os lados da disputa foi assustadora. Milhares de ‘cães paralíticos’ ladrando ensandecidos, opinando sem base, sem pesquisa, sem conhecimento de causa. A mim, de todas as coisas bizarras dessa semana de batalha verbal em torno deste tema e é incrível como toda polarização é burra, o que mais chocou foi a necessidade patológica de controle da vida alheia: Quero definir o que o outro é, o que ele pensa, o que ele faz, o que ele sente, com quem ele dorme, como ele vive, no fim, parece se tratar sempre do que ele consome.

                De onde vem essa nossa necessidade de vigiar, manipular, controlar e punir o outro? E aqui não há intenção de apologia ao Foucault, embora, ele tenha se feito perguntas parecidas. Será que é uma espécie de compensação pelo fato de sermos vigiados, manipulados, controlados e punidos o tempo todo? Nem somos capazes de identificar quando foi que a homossexualidade passou a fazer parte da história humana, o mesmo se aplica à estupidez e todos os desvios: de caráter, de conduta, de relação. Somos tolerantes com inúmeras das falhas humanas, mesmo as mais perniciosas e principalmente as que também são nossas próprias, isso quando as admitimos, mas a sexualidade do outro parece sempre a nos dar medo, talvez porque o outro faz o que eu gostaria de estar fazendo? Essa sempre me pareceu uma explicação plausível para a obsessão de alguns pelo fazer sexual e seus desmandos. Enfim...

              Chega um ponto nesta existência nas redes sociais em que, se não postarmos fotos ou verbalizações do que sentimos, pensamos ou vivemos, é como se não existíssemos. O olhar do outro se torna o nosso único canal de realização. Sou visto, logo existo. O que num primeiro momento parece uma vaidade imensa e um narcisismo (no sentido filosófico, não psicanalítico) explícito, acaba por se mostrar uma impossibilidade de olhar-se, de reconhecer-se, de valorizar-se, de ser sujeito, indivíduo. Isso certamente parece paradoxal numa cultura conhecida por ser individualista, mas será que ela o é de fato? Se para reconhecer-me indivíduo preciso do aval constante de um outro, que inclusive pode ser e, cada vez mais é, um outro coletivo, onde está a individualização, ou no pensar junguiano, a INDIVIDUAÇÃO? Parece que o cão paralítico jamais será deixado na frente de um espelho, a menos que seja baço. Temos medo de ser e reconhecer quem somos, talvez porque no íntimo tememos não ser nada.

              Leonidas Donskis, no livro Cegueira Moral: A perda da sensibilidade na modernidade líquida, escrito em parceria com Zygmunt Bauman, diz que nossa época é caracterizada pelo medo. De alguma forma desenvolvemos uma ‘cultura do medo’, demos poder a ela e a tornamos global. “Nossa era de autorrevelação, fixada no sensacionalismo barato, nos escândalos políticos, nos reality shows e em outras formas de autoexposição em troca da atenção do público e da fama, valoriza incomparavelmente mais o pânico moral e os cenários apocalípticos que a abordagem equilibrada, a ironia leve ou a modéstia.” (p.115)

                 O pano de fundo dessa tendência é o medo avassalador de desestruturação ou de ser quem se é - apenas quem se é. O medo da desimportância, de evaporar no ar sem deixar vestígios de visibilidade, de presença, de ter uma vida anônima e própria, distante da mídia, da TV e das redes sociais, o que seria o mesmo que se tornar uma ‘não entidade’, um ‘não eu’, um ‘não existente’.

              O maior medo da Modernidade é notícia requentada. Previsões sobre o final da cultura ocidental, existem desde as 2 guerras mundiais, sendo retomadas na Grande Depressão Americana, na ascensão das ditaduras totalitárias e sendo sistematicamente ressuscitadas a cada nova barbárie explicitada. Ultimamente é quase regra prever o colapso da Europa, seja pela onda de migrantes e refugiados, seja pelos ataques terroristas e ameaças islâmicas diretas ao legado do cristianismo e a nossos direitos e liberdades individuais.

                “O que foi percebido pelo perspicaz, embora sinistro e perigoso, filósofo da cultura Oswald Spengler como negação anunciada e ruptura ainda não declarada de um grande princípio unificador - o princípio claramente defendido por trás de Giotto, Masaccio, Leonardo, Rafael, Hals, Rembrant, Vermeer, Bach, Mozart e Beethoven - é proclamado pelas novas Cassandras da internet e do Facebook como uma investida dos novos visigodos.” (p.116)

                O que o pensador austríaco Egon Friedell via como profunda crise da alma europeia, nossas Cassandras compreendem como mera perda de poder, domínio e prestígio. Com cada novo fenômeno, novos surtos de pânico moral e reações exageradas ganham imenso espaço e vão reconfigurando a compreensão de vida e de mundo de cada ‘cão paralítico’. Situações como a da transexualidade, por exemplo, estatisticamente de ocorrência raríssima, passa a ser concebida como comum e frequente, passível de ser encontrada em toda esquina e, por isso, exigindo uma perspectiva coletiva e generalista - vira dilema urgente e unânime que se torna prioridade de todos e questão de ‘vida ou morte’ no esquema de rotulação da mídia. Você é simpatizante ou homofóbico? Olavete ou marxista? Feminista ou misógino? Pró-escolha ou pró-vida? Xenófobo? Pedófilo? Progressista? Conservador? Católico? Protestante? Batuqueiro? Atriz? Jardineiro? Já dizia Cristo que uma casa dividida não subsiste sobre si mesma. Podemos facilmente identificar aqui o processo de consolidação de uma espécie de medo controlado e domesticado bastante específico.

 “...o medo se tornou desde então parte da cultura popular, nutrindo nossa imaginação perturbada e apocalíptica: terremotos, tsunamis, outros desastres naturais e crimes de guerra deixaram de se situar num plano da realidade. Agora estão conosco o tempo todo, alimentando nossa mídia sensacionalista e privando-nos do doce sonho de que haja em algum lugar (ou pelo menos deveria haver) uma ilha distante onde pudéssemos nos sentir absolutamente seguros e felizes.” (p.117)

              O medo é multifacetado e sempre mascarado. O medo pode falar a linguagem da experiência íntima e existencial e se olharmos bem, veremos que estamos no controle de amplos segmentos do medo organizado: filmes e contos de terror, parte insubstituível do nosso entretenimento; manchetes de jornais, discussões na mídia, nas universidades, no bar da esquina.
“Não temos exatamente medo, mas o temos. Tenho medo, logo existo.” (.117)
          
           O medo é SEMPRE alimento do ódio. O medo é fluente na língua da incerteza, da insegurança e da falta de proteção que nossa época nos fornece em abundância. A factível proliferação das teorias conspiratórias e abordagens dinâmicas, embora simplistas, originadas na União Européia, mas que já nos assolam até aqui na América Latina, nos faz lembrar como a vida pode ser difícil ou até insustentável na dúvida, na incerteza e no medo constante. Como viver em paz, como seguir educando nossas crianças, fazendo planos, amando as pessoas, crescendo nas nossas buscas íntimas e espirituais, se todo dia novos casos Santander e ‘Cura Gay’ entulham nossas redes sociais e, portanto, nossos olhos e mentes, nos fazendo latir em desespero, perdendo tempo, amigos e tranquilidade? Todos verdadeiramente instados pelas melhores ganas de proteção de princípios e valores. Todos paralisados pelo medo da ‘não existência’. Cada segundo perdido em causas fictícias pode significar um sonho roubado dessa nossa curta e sofrida vida terrestre. Quanta gente conheço que vendeu a vida por uma causa fabricada na mente de ‘mentores’ psicopatizados?

“Houve uma época em que nossa cultura racionalista costumava consolar as pessoas sugerindo que a incerteza era apenas uma pausa temporária antes da chegada de uma nova teoria plausível ou explicação abrangente. Agora temos que aprender a viver com um permanente senso de incerteza. O que chega como inspiração a um filósofo ou artista pode se tornar uma calamidade para pessoas comuns, temendo que suas vidas sejam prejudicadas ou desperdiçadas. O problema é que com isso vem um político[1] trapaceiro que promete resolver a questão e afastar todos os nossos medos e descontentamentos. Assim, o medo se torna uma mercadoria...” (p.117)

A cultura do medo produz a política do medo. A política do medo nos leva a acolher valores absurdos, a ceder diante de dominação de todo tipo, a agir em desconformidade com tudo em que acreditamos, inclusive de forma consciente, simplesmente para que exista uma sensação de segurança, mesmo que falsa. Compramos facilmente causas, nos infantilizamos diante de mentores manipuladores, nos agregamos a partidos dos mais diversos, seguimos crenças que não nos dizem respeito, simplesmente para que exista uma sensação de segurança, mesmo que falsa. Doamos anos e anos de nossas vidas, engolimos violência de todo gênero, aceitamos nos fazer de cegos diante das evidências mais explícitas, simplesmente para que exista uma sensação de segurança, mesmo que falsa. Bizarrices como o Nazismo e o Comunismo não juntaram tantas pessoas, muitas das quais inteligentes e bem intencionadas, por nada.

        Embora o medo faça parte da condição humana, dada sua fragilidade intrínseca, foi exatamente a percepção e compreensão da brevidade inegociável da vida que instigou o homem à ação e fez sua imaginação voar. Essa percepção transformou o homem num ser cultural. O motor da história humana foi sempre a necessidade de preencher o abismo que separa transitoriedade e eterno, finito e infinito, vida mortal e imortalidade - impulso de capacitar os mortais para imprimir na eternidade uma presença contínua, deixar uma marca da nossa visita, ainda que breve.

      Nossa geração, cativa de uma obsessão pela segurança, muito maior que a de qualquer outra época, mesmo a dos períodos mais sangrentos e inseguros da história, tem sido vítima do efeito direto dessa neurose - o rápido crescimento da sensação de insegurança, com todos os seus acompanhantes: pânico, ansiedade, hostilidade, agressão, violência e o esvaziamento compulsório dos impulsos morais. Coisas como ‘fazer justiça com as próprias mãos’, ‘olho por olho, dente por dente’, ‘nós ou eles’ vão se tornando cada vez mais plausíveis e as ‘redes sociais’ demonstram isso todos os dias, claramente. A fúria contida nos discursos gerados cada vez que um episódio ‘Santander’ ou ‘Cura Gay’ aparece assusta qualquer pessoa de bom senso.

       Para Bauman, a política do medo manipula os três medos básicos da nossa geração - Medo da ignorância frente ao nosso destino, medo da impotência frente ao infortúnio e o medo da humilhação (espécie de derivado das outras duas): “Ameaça apavorante à nossa autoestima e autoconfiança quando se revela que não fizemos tudo que poderia ser feito, que nossa própria desatenção aos sinais, nossa indevida procrastinação, preguiça ou falta de vontade são em grande parte responsáveis pela devastação causada pelo infortúnio.” (p.118)

       A principal ação das ‘redes sociais’ em nossas vidas talvez esteja exatamente nessa atenuação da realidade sobre nós mesmos. Convivendo, em geral, com pessoas que nos apreciam, nos ‘curtem’, concordam com nossas percepções de mundo e impressões, somos constantemente reforçados, espécie de celebridade instantânea. Mesmo nas discussões mais acaloradas, sempre surgem seguidores que nos apoiam, que nos ‘compreendem’, que nos ‘reestruturam’. Seja verdade ou não aquilo que posto em meu mural, a aceitação constante me convence do personagem que escolho exibir. O espelho baço em frente ao cachorro paralítico é o outro, que também não é real, mas um personagem que se exibe. O resultado disso é a ignorância de si mesmo e do outro, afetos falsos, fabricados e curtos, massagens no ego que duram segundos, incapazes de extinguir a sensação de solidão e o vazio existencial profundos onde estamos nos metendo. Facebook é nosso crack existencial: barato, de ação rápida e insuficiente, de vício instantâneo e extremamente destrutivo.

Se nos fosse oferecida a possibilidade de uma existência mais real, nós a escolheríamos?

Estamos preparados para a pílula de Morpheus?[2]


“Eu só posso lhe mostrar a porta. Você tem que atravessá-la.”






[1] Leia-se também mentores, líderes religiosos, terapeutas, amores, vícios, qualquer ‘maquiador’ da realidade, até mesmo uma rede social.
[2] Matrix