“No amor não há medo antes o
perfeito
amor lança fora o medo; porque o
medo envolve castigo;
e quem tem medo não está aperfeiçoado
no amor.”
I João 4.18
Todos
os dias, sem exceção, quando volto do trabalho (caminhando, como sempre
sonhei), em determinada esquina, cruzo com um cachorro paralítico. Deitado na
calçada, provavelmente colocado ali por seu cuidador, talvez para tomar sol, o
cão se contorce e late sem parar, latido desesperado e indiferenciado, latido
de agonia, resposta de medo.
Foi
só depois de vários encontros que consegui conjecturar a razão do latido
histérico. Paralisado, o cão não consegue se mover e nem ter uma visão completa
daquilo que o contorna. Parado e indefeso, numa esquina de rua movimentada,
recebe um sem número de estímulos ambientais: pessoas passando, carros e
buzinas frequentes, gritos de crianças brincando e o metrô que passa a cada 3
minutos, praticamente ao seu lado. Uma vez que a maioria dessas coisas é apenas
ouvida e sentida, não vista ou compreendida, já que o cão não consegue se virar
para identificar a fonte dos ruídos, ele late para tudo, na tentativa frágil de
se proteger de algum ataque real. Para o espectador voluntário é um quadro de
agonia. Independente da boa intenção de quem o coloca ali - e de boas intenções,
o inferno está cheio - esse período na calçada, para aquele cachorro paralítico,
é uma condenação diária ao pavor.
Estar
nas redes sociais, especialmente no Facebook, é ser um cachorro paralítico
colocado na calçada. Nossa paralisia pode ser preguiça ou, simplesmente, o
medo. Latimos para tudo, com intensa violência, exatamente por não saber,
de fato e de verdade, o que nos ameaça. No universo das redes sociais, latir é
sobreviver. No Facebook, latir é existir. Se você não late, desaparece. Se você
não late, não tem ‘amigos’. Na realidade você está mais sozinho, abusado e indefeso
do que nunca, mesmo que a ‘intenção’ seja boa.
Lembro
até hoje como começou minha ‘vida’ de rede social. Convidada por uma amiga que
hoje nem sei que fim levou, fui pega na armadilha da curiosidade neurótica pela
vida alheia (quem nunca?) e quase enlouqueci de tristeza ao assistir de
camarote o ‘namoro’ de um cara de quem eu gostava muito com uma piriguete F3 (fútil,
fake e fácil - categoria favorita do homem pós-moderno). Lembro que na época só
uma coisa fez sentido para mim: Se esse é o tipo de mulher que esse cara gosta,
faz todo sentido que eu perca o páreo. Aliás, provavelmente, nunca entrei na
corrida..kkkk...
Voltando
às redes: Manipulação? Sempre. As redes sociais viraram um meio fácil de
controle de sentimento, de pensamento, de formação (ou seria melhor de-formação?)
ideológica e de promoção de medos. Após superar a neurose inicial, me vi cativa
de discussões as mais variadas - religiosas, políticas, existenciais - nenhuma
produtiva e todas geradoras de agressões verbais, de medos.
Ao expor sua vida, suas crenças e suas ideias de forma pública e nominal, vc vai sendo ‘categorizado’ e a partir deste rótulo, vai sendo julgado, excluído, incluído e transformado em presa fácil (consumidor?) deste ou daquele ‘formador de opinião’. No geral, lembra muito a mesa julgadora do segundo episódio de Black Mirror, onde para se livrar das pedaladas eternas, vc luta para entrar para este ou para aquele canal e, no fim, o que parece um caminho de libertação é o grand finale do seu processo de paralisia (objetificação).
Nas redes, todas as principais áreas da vida humana são trabalhadas de forma a ‘prender’ suas vítimas: sexo, dinheiro, política, religião e, principalmente, os afetos. Quanto ‘bem’ faz para a autoestima um curtir ou um coração na nossa nova foto de perfil??? O nome ‘rede’ é adequadíssimo! Uma vez enredado, muito difícil de sair. Fantasias de uma vida de ostracismo e alienação perseguem todo facebuquiano insatisfeito: se eu sair, perderei meus ‘amigos’, perderei as ‘notícias’, terei que ocupar meu tempo com algo útil de fato, não serei mais visto, serei esquecido. Fica a pergunta: Das pessoas com quem vc interage de alguma forma nas redes, quantas DE FATO estão na sua vida?
As
redes dispõem de gurus para todos os tipos de gente: esquerdistas, direitistas,
centristas, crentes, ateus, bruxos, gays, heteros, machistas, feministas,
anarquistas, niilistas, cultos, incultos, católicos e protestantes... Substitutas
das igrejas e dos partidos, têm colocado gente a brigar nas telinhas e nas ruas
com mais rapidez e facilidade do que qualquer causa legítima já foi capaz algum
dia.
Semana
passado foi a vez da celeuma da exposição ‘Queer’ no Santander de Porto Alegre.
Poucas pessoas de fato se deram ao trabalho de pesquisar a forma e origem das
obras questionadas. Para os da ala progressista, bastou a sigla LGBT para
legitimar a exposição, para os conservadores bastou a sigla LGBT para legitimar
a proibição. A desculpa fácil e o ‘bom mocismo’ frouxo dos defensores da ‘pseudo-liberdade
de expressão’ já não convencem mais porque transformaram o tema numa desculpa
para mau caráter e falta de educação e com isso o comprometeram, abrindo espaço
para novos totalitarismos.
A verdade sobre a exposição do Santander?
Qualquer gay ou lésbica, que não seja um pervertido e que tenha o mínimo de bom
senso (e existem pervertidos e gente sem noção tanto entre homossexuais quanto
entre heterossexuais) que der uma boa olhada em algumas daquelas obras, vai ser
o primeiro a querer proibir qualquer ligação entre a exposição e sua orientação
sexual. Só que bom senso não gera público. Bom senso não converte discípulos.
Bom senso não garante consumidores. Bom senso está fora de moda. Bom sendo não
cria rótulos. Bom sendo não dá tesão.
Essa
semana foi a vez da ‘Cura Gay’. Pataquada criada, segundo a mídia, por discípulos
do Silas Malafaya, que estaria construindo centros de “reorientação sexual” e
pretende conseguir verba governamental para a manutenção dessas ‘clínicas’. Não
sei se isso é verdade. Só sei que não confio em líderes religiosos milionários.
Para mim os protestantes estão sendo constrangidos por essa gente dia após dia.
Aquilo que nos ensinaram como a causa da Reforma (a simonia da Igreja Católica
com a venda de indulgências e etc...) acaba virando piada sem graça diante de
um Templo de Salomão da vida. É nojento, ou em inglês, disgusting...Acho perfeita essa palavra para seu significado!
O
fato é que bastou uma notícia enviesada e os ‘exércitos’ das redes se puseram
em marcha. A ignorância generalizada de ambos os lados da disputa foi assustadora.
Milhares de ‘cães paralíticos’ ladrando ensandecidos, opinando sem base, sem
pesquisa, sem conhecimento de causa. A mim, de todas as coisas bizarras dessa
semana de batalha verbal em torno deste tema e é incrível como toda polarização
é burra, o que mais chocou foi a necessidade patológica de controle da vida
alheia: Quero definir o que o outro é, o que ele pensa, o que ele faz, o
que ele sente, com quem ele dorme, como ele vive, no fim, parece se tratar
sempre do que ele consome.
De
onde vem essa nossa necessidade de vigiar, manipular, controlar e punir o
outro? E aqui não há intenção de apologia ao Foucault, embora, ele tenha se feito
perguntas parecidas. Será que é uma espécie de compensação pelo fato de sermos vigiados,
manipulados, controlados e punidos o tempo todo? Nem somos capazes de
identificar quando foi que a homossexualidade passou a fazer parte da história
humana, o mesmo se aplica à estupidez e todos os desvios: de caráter, de
conduta, de relação. Somos tolerantes com inúmeras das falhas humanas, mesmo as
mais perniciosas e principalmente as que também são nossas próprias, isso quando
as admitimos, mas a sexualidade do outro parece sempre a nos dar medo,
talvez porque o outro faz o que eu gostaria de estar fazendo? Essa sempre me
pareceu uma explicação plausível para a obsessão de alguns pelo fazer sexual e
seus desmandos. Enfim...
Chega
um ponto nesta existência nas redes sociais em que, se não postarmos fotos ou
verbalizações do que sentimos, pensamos ou vivemos, é como se não existíssemos.
O olhar do outro se torna o nosso único canal de realização. Sou visto, logo
existo. O que num primeiro momento parece uma vaidade imensa e um
narcisismo (no sentido filosófico, não psicanalítico) explícito, acaba por se
mostrar uma impossibilidade de olhar-se, de reconhecer-se, de valorizar-se, de
ser sujeito, indivíduo. Isso certamente parece paradoxal numa cultura conhecida
por ser individualista, mas será que ela o é de fato? Se para reconhecer-me
indivíduo preciso do aval constante de um outro, que inclusive pode ser e, cada
vez mais é, um outro coletivo, onde está a individualização, ou no pensar
junguiano, a INDIVIDUAÇÃO? Parece que o cão paralítico jamais será deixado na
frente de um espelho, a menos que seja baço. Temos medo de ser e reconhecer quem
somos, talvez porque no íntimo tememos não ser nada.
Leonidas
Donskis, no livro Cegueira Moral: A perda
da sensibilidade na modernidade líquida, escrito em parceria com Zygmunt
Bauman, diz que nossa época é caracterizada pelo medo. De alguma forma
desenvolvemos uma ‘cultura do medo’, demos poder a ela e a tornamos global. “Nossa
era de autorrevelação, fixada no sensacionalismo barato, nos escândalos
políticos, nos reality shows e em outras formas de autoexposição em troca da
atenção do público e da fama, valoriza incomparavelmente mais o pânico moral e
os cenários apocalípticos que a abordagem equilibrada, a ironia leve ou a
modéstia.” (p.115)
O
pano de fundo dessa tendência é o medo avassalador de desestruturação ou
de ser quem se é - apenas quem se é. O medo da desimportância, de
evaporar no ar sem deixar vestígios de visibilidade, de presença, de ter uma
vida anônima e própria, distante da mídia, da TV e das redes sociais, o que
seria o mesmo que se tornar uma ‘não entidade’, um ‘não eu’, um ‘não existente’.
O
maior medo da Modernidade é notícia requentada. Previsões sobre o final
da cultura ocidental, existem desde as 2 guerras mundiais, sendo retomadas na
Grande Depressão Americana, na ascensão das ditaduras totalitárias e sendo
sistematicamente ressuscitadas a cada nova barbárie explicitada. Ultimamente é
quase regra prever o colapso da Europa, seja pela onda de migrantes e
refugiados, seja pelos ataques terroristas e ameaças islâmicas diretas ao
legado do cristianismo e a nossos direitos e liberdades individuais.
“O
que foi percebido pelo perspicaz, embora sinistro e perigoso, filósofo da
cultura Oswald Spengler como negação anunciada e ruptura ainda não declarada de
um grande princípio unificador - o princípio claramente defendido por trás de
Giotto, Masaccio, Leonardo, Rafael, Hals, Rembrant, Vermeer, Bach, Mozart e
Beethoven - é proclamado pelas novas Cassandras da internet e do Facebook como
uma investida dos novos visigodos.” (p.116)
O
que o pensador austríaco Egon Friedell via como profunda crise da alma europeia,
nossas Cassandras compreendem como mera perda de poder, domínio e prestígio.
Com cada novo fenômeno, novos surtos de pânico moral e reações exageradas
ganham imenso espaço e vão reconfigurando a compreensão de vida e de mundo de
cada ‘cão paralítico’. Situações como a da transexualidade, por exemplo, estatisticamente
de ocorrência raríssima, passa a ser concebida como comum e frequente, passível
de ser encontrada em toda esquina e, por isso, exigindo uma perspectiva
coletiva e generalista - vira dilema urgente e unânime que se torna prioridade de
todos e questão de ‘vida ou morte’ no esquema de rotulação da mídia. Você é
simpatizante ou homofóbico? Olavete ou marxista? Feminista ou misógino?
Pró-escolha ou pró-vida? Xenófobo? Pedófilo? Progressista? Conservador?
Católico? Protestante? Batuqueiro? Atriz? Jardineiro? Já dizia Cristo que uma
casa dividida não subsiste sobre si mesma. Podemos facilmente identificar aqui
o processo de consolidação de uma espécie de medo controlado e domesticado
bastante específico.
“...o medo se tornou desde então parte da
cultura popular, nutrindo nossa imaginação perturbada e apocalíptica:
terremotos, tsunamis, outros desastres naturais e crimes de guerra deixaram de
se situar num plano da realidade. Agora estão conosco o tempo todo, alimentando
nossa mídia sensacionalista e privando-nos do doce sonho de que haja em algum
lugar (ou pelo menos deveria haver) uma ilha distante onde pudéssemos nos
sentir absolutamente seguros e felizes.” (p.117)
O
medo é multifacetado e sempre mascarado. O medo pode falar a linguagem da
experiência íntima e existencial e se olharmos bem, veremos que estamos no
controle de amplos segmentos do medo organizado: filmes e contos de terror,
parte insubstituível do nosso entretenimento; manchetes de jornais, discussões
na mídia, nas universidades, no bar da esquina.
“Não temos exatamente medo, mas o
temos. Tenho medo, logo existo.” (.117)
O
medo é SEMPRE alimento do ódio. O medo é fluente na língua da incerteza, da
insegurança e da falta de proteção que nossa época nos fornece em abundância. A
factível proliferação das teorias conspiratórias e abordagens dinâmicas, embora
simplistas, originadas na União Européia, mas que já nos assolam até aqui na
América Latina, nos faz lembrar como a vida pode ser difícil ou até
insustentável na dúvida, na incerteza e no medo constante. Como viver em paz,
como seguir educando nossas crianças, fazendo planos, amando as pessoas,
crescendo nas nossas buscas íntimas e espirituais, se todo dia novos casos
Santander e ‘Cura Gay’ entulham nossas redes sociais e, portanto, nossos olhos
e mentes, nos fazendo latir em desespero, perdendo tempo, amigos e
tranquilidade? Todos verdadeiramente instados pelas melhores ganas de proteção
de princípios e valores. Todos paralisados pelo medo da ‘não existência’. Cada segundo
perdido em causas fictícias pode significar um sonho roubado dessa nossa curta
e sofrida vida terrestre. Quanta gente conheço que vendeu a vida por uma causa
fabricada na mente de ‘mentores’ psicopatizados?
“Houve uma época em que nossa
cultura racionalista costumava consolar as pessoas sugerindo que a incerteza
era apenas uma pausa temporária antes da chegada de uma nova teoria plausível
ou explicação abrangente. Agora temos que aprender a viver com um permanente
senso de incerteza. O que chega como inspiração a um filósofo ou artista pode
se tornar uma calamidade para pessoas comuns, temendo que suas vidas sejam
prejudicadas ou desperdiçadas. O problema é que com isso vem um político[1]
trapaceiro que promete resolver a questão e afastar todos os nossos medos
e descontentamentos. Assim, o medo se torna uma mercadoria...” (p.117)
A cultura do medo produz a
política do medo. A política do medo nos leva a acolher valores absurdos, a
ceder diante de dominação de todo tipo, a agir em desconformidade com tudo em
que acreditamos, inclusive de forma consciente, simplesmente para que exista
uma sensação de segurança, mesmo que falsa. Compramos facilmente causas, nos
infantilizamos diante de mentores manipuladores, nos agregamos a partidos dos
mais diversos, seguimos crenças que não nos dizem respeito, simplesmente para
que exista uma sensação de segurança, mesmo que falsa. Doamos anos e anos de
nossas vidas, engolimos violência de todo gênero, aceitamos nos fazer de cegos
diante das evidências mais explícitas, simplesmente para que exista uma
sensação de segurança, mesmo que falsa. Bizarrices como o Nazismo e o Comunismo
não juntaram tantas pessoas, muitas das quais inteligentes e bem intencionadas,
por nada.
Embora o medo faça parte da
condição humana, dada sua fragilidade intrínseca, foi exatamente a percepção e
compreensão da brevidade inegociável da vida que instigou o homem à ação e fez
sua imaginação voar. Essa percepção transformou o homem num ser cultural. O
motor da história humana foi sempre a necessidade de preencher o abismo que
separa transitoriedade e eterno, finito e infinito, vida mortal e imortalidade
- impulso de capacitar os mortais para imprimir na eternidade uma presença
contínua, deixar uma marca da nossa visita, ainda que breve.
Nossa geração, cativa de uma
obsessão pela segurança, muito maior que a de qualquer outra época, mesmo a dos
períodos mais sangrentos e inseguros da história, tem sido vítima do efeito
direto dessa neurose - o rápido crescimento da sensação de insegurança, com
todos os seus acompanhantes: pânico, ansiedade, hostilidade, agressão,
violência e o esvaziamento compulsório dos impulsos morais. Coisas como ‘fazer justiça
com as próprias mãos’, ‘olho por olho, dente por dente’, ‘nós ou eles’ vão se
tornando cada vez mais plausíveis e as ‘redes sociais’ demonstram isso todos os
dias, claramente. A fúria contida nos discursos gerados cada vez que um
episódio ‘Santander’ ou ‘Cura Gay’ aparece assusta qualquer pessoa de bom senso.
Para Bauman, a política do medo manipula
os três medos básicos da nossa geração - Medo da ignorância frente ao nosso destino,
medo da impotência frente ao infortúnio e o medo da humilhação (espécie de
derivado das outras duas): “Ameaça apavorante à nossa autoestima e autoconfiança
quando se revela que não fizemos tudo que poderia ser feito, que nossa própria
desatenção aos sinais, nossa indevida procrastinação, preguiça ou falta de
vontade são em grande parte responsáveis pela devastação causada pelo
infortúnio.” (p.118)
A principal ação das ‘redes
sociais’ em nossas vidas talvez esteja exatamente nessa atenuação da realidade
sobre nós mesmos. Convivendo, em geral, com pessoas que nos apreciam, nos ‘curtem’,
concordam com nossas percepções de mundo e impressões, somos constantemente
reforçados, espécie de celebridade instantânea. Mesmo nas discussões mais
acaloradas, sempre surgem seguidores que nos apoiam, que nos ‘compreendem’, que
nos ‘reestruturam’. Seja verdade ou não aquilo que posto em meu mural, a
aceitação constante me convence do personagem que escolho exibir. O espelho
baço em frente ao cachorro paralítico é o outro, que também não é real, mas um personagem
que se exibe. O resultado disso é a ignorância de si mesmo e do outro, afetos falsos,
fabricados e curtos, massagens no ego que duram segundos, incapazes de
extinguir a sensação de solidão e o vazio existencial profundos onde estamos
nos metendo. Facebook é nosso crack existencial: barato, de ação rápida e
insuficiente, de vício instantâneo e extremamente destrutivo.
Se nos fosse oferecida a
possibilidade de uma existência mais real, nós a escolheríamos?
Estamos preparados para a pílula
de Morpheus?[2]
“Eu só posso lhe mostrar a porta.
Você tem que atravessá-la.”